Quem está fazendo quimioterapia pode trabalhar?
Ao descobrir um câncer, muitos pacientes podem se sentir confusos. Uma das principais dúvidas é se quem faz quimioterapia pode trabalhar. A resposta para essa pergunta é sim, desde que sejam observados alguns fatores importantes.
A quimioterapia é um dos mais utilizados tratamentos contra o câncer e a maioria dos pacientes passa por ela. Ao longo deste tratamento, podem ser observados alguns efeitos colaterais, de forma que o paciente deve cuidar muito bem de seu estado geral de saúde para preservar sua própria integridade, disposição e motivação.
No post de hoje, vamos explicar se quem está fazendo quimioterapia pode trabalhar ou não, e em que casos.
Os efeitos colaterais podem influenciar nesta decisão
Os tratamentos oncológicos podem ocasionar efeitos colaterais e é necessário que o paciente tome cuidados adicionais para que eles não tragam grandes problemas. Ao notar um efeito colateral, o paciente deve comunicar o médico ou a equipe multidisciplinar responsável pelo tratamento.
Um exemplo de efeito colateral que pode impedir o paciente de trabalhar é a síndrome mão-pé. Trata-se de uma condição que acomete as palmas das mãos e solas dos pés, deixando-os sensíveis a ponto de gerar dificuldade com tarefas simples, como calçar um sapato ou utilizar as mãos.
Para evitar este efeito colateral, é importante manter a pele hidratada e protegida, além de ficar longe de produtos de limpeza e também evitar carregar peso ou produzir atrito com as mãos ou pés.
Outro efeito colateral que pode influenciar na rotina de trabalho diz respeito às náuseas e vômitos, que se forem muito frequentes, podem atrapalhar o dia-a-dia do paciente.
Portanto, em primeiro lugar, é necessário se ater aos efeitos colaterais, a fim de garantir que nenhum deles interfira nas atividades profissionais do paciente. Se não interferirem, então o paciente que está fazendo quimioterapia pode trabalhar normalmente.
Mas fora isso, quando o paciente que está fazendo quimioterapia pode trabalhar?
Muitos médicos e pacientes que já passaram por isso costumam dizer que trabalhar é uma terapia, e ajuda a tirar o foco da doença e do tratamento. Isso é benéfico ao paciente de muitas maneiras.
Mas para conseguir exercer suas atividades profissionais, é necessário que o paciente se sinta bem, com disposição e sem maiores enfermidades. A presença de um tumor não necessariamente causa qualquer tipo de sintoma, dependendo do estágio do câncer.
Em pacientes com a doença em estágio avançado, pode ser necessário parar de trabalhar ou mudar de função para adequar o trabalho às necessidades do momento. Também pode ser preciso parar de trabalhar para a realização de uma cirurgia.
Após a cirurgia, há um período de recuperação. Se o paciente se recuperar bem, pode retornar ao trabalho logo. Existem exceções e casos específicos nos quais pode ser solicitado que o paciente permaneça em repouso, embora isso seja menos comum.
A hora de parar de trabalhar
O paciente que faz quimioterapia pode trabalhar até que algo mude em sua rotina a ponto de ser necessário parar. Seja por causa de uma cirurgia, uma complicação nos efeitos colaterais ou algum outro fator.
Se isso acontecer, é aconselhável não tentar nadar contra a maré. Aceite as recomendações médicas e aproveite o tempo livre para fazer atividades diferentes, como estudar, ler, ficar com os familiares ou sair com os amigos.
Diversos pacientes contam que aproveitaram o tempo que estiveram em casa para se aperfeiçoar e conseguiram retornar ao trabalho mais capacitados posteriormente. Outros contam que aproveitaram esse tempo para melhorar a relação com a família e os amigos.
Cada paciente tem uma forma de preencher o tempo que fica em casa, e isso deve ser feito todos os dias.
Para pacientes registrados em regime CLT, existe o auxílio doença, programa da Previdência Social que garante o pagamento de salário a funcionários que precisem se ausentar do trabalho por mais de 15 dias corridos em virtude de afastamento médico.
Já os autônomos não contam com esse auxílio, e talvez precisem recorrer a outros meios para obter renda, como a venda de um bem material, um empréstimo, ou até mesmo pedir ajuda a um familiar ou amigo.
O que não deve ser feito é continuar trabalhando mesmo com a solicitação de afastamento, pois isso pode prejudicar não apenas o estado de saúde geral do paciente, como também o tratamento oncológico.
Hora de voltar ao trabalho
Quando o médico diz que o paciente já pode retornar ao trabalho, isso deve ser encarado com bons olhos. Significa que o tratamento está dando certo e que o quadro do paciente está melhorando.
Quem está fazendo quimioterapia pode trabalhar com praticamente qualquer ramo de atividade, mas, por vezes, pode ser necessário um ajuste de função. Ou seja, o gestor pode mudar o funcionário de função, de acordo com recomendações médicas.
Por exemplo, se os médicos recomendarem que o paciente não fique muito tempo em pé, um colaborador que antes trabalhava em pé pode ser realocado para uma função que seja exercida sentado.
Isso deve ser encarado como uma oportunidade, um novo começo que pode trazer novas perspectivas e conquistas profissionais.
Quem está fazendo quimioterapia pode trabalhar, desde que se sinta bem para isso. Porém, médicos e pacientes desencorajam a aposentadoria por invalidez. Segundo eles, o trabalho ocupa a mente, mantém o corpo mais saudável e elimina grande parte do estresse sentido pelo tratamento, além de poder contar com o apoio dos colegas de trabalho. O mesmo vale para quem está fazendo radioterapia ou outros tratamentos.
Fonte:
http://www.oncoguia.org.br/conteudo/materia-cancer-e-trabalho-hora-de-parar-e-retornar/3629/8/